Uma pescaria realizada por um grupo de amigos pescadores com o desafio da captura do tão sonhado e cobiçado tucunaré-açu de dois dígitos nas águas escuras do rio Negro
Pescaria realizada no rio Negro na região de Barcelos (AM) de 16 a 23 de fevereiro de 2013
Ficamos instalados no Kalua barco-hotel com apoio do barco Tempestade
A AVENTURA DE PESCA SE INICIA…
A aventura se inicia em Manaus/AM no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes onde o grupo de amigos pescadores se encontra, composto por Eu, Isabel Pellizzer, e meu marido Sergio Pellizzer, João Paulo, Domingos Bomediano (pescador esportivo e administrador dos fóruns de pesca, o Pescaki, o PeskBem e o Spainbass) Lusca Pacheco (pescador e apresentador do programa Pesca Alternativa), Zacarias Barbosa (cinegrafista), Ian Arthur Sulocki, Alexandre Mega, Otávio Chaves e os novos amigos de Jacareí (SP): Mazzeo, Juliano, Bruno e Adriano. Após apresentações e colocar o papo em dia, alguns seguiram para o hotel e passeio pelo centro de Manaus e nos, Eu e Sergio, na companhia de Zenizir Rodrigues da Silva (pescador e apresentador do Programa Pesca Amazônia) fomos ao Shopping Manaura. No dia seguinte, cedinho, partimos levado por uma Van até o Terminal Eduardinho do aeroporto de Manaus para embarque em voo rumo a Barcelos
TURMA REUNIDA chegada no aeroporto de Barcelos
PORTO EM BARCELOS
BARCELOS um pouco da cidade as margens do Negro no Porto de embarque no Kalua
PESCARIA
BOAS-VINDAS com petiscos, bebidas e uma breve reunião da equipe Kalua com o grupo de pescadores
Após esta descontraída reunião com o grupo de pescadores sobre os procedimentos de pesca pela equipe do Kalua, composta por Ian, Alexandre, Otávio e o comandante Edmilson, tivemos nossa primeira investida é no rio Negro no ponto próximo ao afluente, Cuiuni, de 1/2 dia de pesca, que se resumiu em um aquecimento para os braços e para nos adequarmos com a situação de pesca.
Partimos subindo o rio Negro com paradas/atracações em pontos estratégicos nas proximidades dos afluente Cuiuni, Cachoeira, bifurcação do rios Aracá e Demeni, furo e no próprio rio Negro.
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SITUAÇÃO DE PESCA
É de muita chuva que cai com força, fazendo o nível do rio subir uma média de 20 a 25 centímetros por dia.
No Aracá encontramos águas ainda baixas, fato denotado pela presença de bancos e praias de areias bem brancas, que contrastam com a cor da água formando belas paisagens.
As adversidades encontradas neste fim da temporada de pesca na região de Barcelos são de uma pescaria realizada debaixo de muitas e fortes chuvas, subida diária do nível rio e instabilidade na ação dos peixes, porém nossa equipe transforma as dificuldades em desafios, tendo em mente que será preciso uma boa dose de determinação para ter sucesso.
Porém o resultado foi recompensador que surpreendeu com a quantidade e porte dos tucunarés encontrados durante a empreitada, vela a seguir…
PEIXES SEM PADRÃO DE ATAQUE
A teoria da alteração do comportamento do peixe nessa situação parece se confirmar pela sua instabilidade nos ataques, deixando confusa a escolha de pontos de pesca e das iscas artificiais. As investidas acontecem tanto na superfície como abaixo dela com capturas ocorrendo em lagos, não só em suas margens como também no meio deles, além de outras nas praias do rio.
Porém, seguimos determinados sem desprezar nenhum ponto ou tipo de isca que é compensado por um nível de ações que nos surpreende alegrando tanto veteranos quanto debutantes na pesca do açu.
ENTRE “BORBOLETAS” e “POPOCAS”
Os lagos do Demini resultaram em uma centenas de tucunarés popocas (Cichla monoculus) e borboletas (Cichla orinocensis ) que fizeram a festa nas constantes fisgadas, proporcionando muita ação e diversão pela quantidade, esportividade e beleza destes tucunaré . Era de perder a conta se não fosse pelo controle de somar de nosso guia, Orlando.
DESFILE DE BORBOLETAS
CAPTURAS MAIS MARCANTES
AÇUS DE RESPEITO: sua tomada de linha é de tirar o equilíbrio do pecador na proa do barco
Mas os cobiçados açus aprecem e tudo muda ao encontrarmos os lagos certos (conhecidos um pelo nome de Travessa e de Trancado) ambos de águas de cor escuras. Encontramos os vorazes açus de 4 a 8 kg, fruto de nossa determinação em manter o foco nos tucunarés-açus (Ciclha temensis) realizando incansáveis arremessos atrás dos gigantes do rio Negro que não nos decepcionaram e vieram para as fotos fazendo nossa alegria!!!!
Duas destas capturas marcantes acontecem de formas semelhantes dentro de um lago, ou melhor, uma em sua boca e a outra em seu canal de acesso. Depois de batermos toda a sua extensão sem obter ações expressivas, e já no final de um dia inteiro de pesca e eu com o braço cansado pedindo arrego e os dedos das mãos doloridos e cheios de bolhas e bandaid, mas com sede do belo açu peço ao guia aguardar, para que eu faça arremessos em pontos que instintivamente acredito serem produtivos, e dar umas paradinhas neste pontos citados acima, onde havíamos tido boa quantidade de ataques na superfície que, contudo, não se concretizaram em fisgadas. Dando por encerrada a incursão a estes pontos, meu companheiro Serginho até se senta, enquanto faço os arremessos. Um vai longe bem no meio da boca do lago e no terceiro toque, o açu explode na isca e não erra. Muito forte, o peixe quase me arrasta para a água, mas aos poucos se rende. No outro caso passo a boca do lago arremessando sem parar de acreditar no ataque de um bom açu, dois açus passam como foguetes por baixo de minha isca e sem dar tempo de pensar eles voltam e o ataque de um deles é certeiro e forte na tomada de linha. Ambos veem para as fotos, é pura alegria!
AÇU NO ENROSCO: Outro episódio marcante e merecedor de menção honrosa
Nos dois últimos de pesca nós já satisfeitos com o resultado da pescaria de açus e com o barco Kalua descendo o Negro que estava cada vez mais cheio com apresentando mata de igapó (mata que fica submersa metade do ano ou enquanto durar a cheia), resolvemos investir no peixe de couro, mas infelizmente não tivemos sucesso e a captura ficou somente com uma raia pintada que foi fotografa no anzol mesmo e as famigeradas piranha comedora de iscas.
E no final de manhã quando entramos em um lago com suas águas já altas desejando um peixe de porte mediano para o assado do almoço. Com seu rubber jig (jig com cerdas de borracha), Serginho fisga um tucunaré próximo a algumas pauleiras na margem. Sem pestanejar, o bocudo se enfia no enrosco e por lá fica. Nosso prestativo guia também não pensa duas vezes antes de mergulhar para o resgate, seguindo a linha costurada por entre os paus até chegar ao peixe. Orlando volta para o barco trazendo nas mãos o açu, cujo tamanho é maior que nossa necessidade. Resultado, o animal é solto e nos contentamos com o lanche e as frutas trazidas pelo guia.
MAIS AÇUS CAPTURADOS
AÇUS EM AÇÃO
TUCUNARÉ-AÇU DA MINHA VIDA!!!
Com o barco-hotel atracado no ponto conhecido por bifurcação ou cachoeira – ponto em que o rio Demini (águas brancas) e o Aracá (águas pretas, mas transparentes) desembocam no Negro – saímos cedinho e cheios de expectativas e nossa primeira tarefa foi chegar ao lago Chidaua (água preta) que deu um bocado de trabalho, mais para o nosso guia de pesca, o Orlando, em ultrapassar as barreiras de galhos e troncos caídos pelo caminho do seu canal de acesso – paranã. Enfim chegamos ao lago e encontramos os tucunarés manhosos, com poucas investidas e sem padrão de ataque – um lago com presença de vegetação como molongós e buritizeiros.
Mas foi neste Lago que peguei o tão sonhado e cobiçado tucunaré-açu de dois dígitos ultrapassando os 10 kg na balança fish grip. O guia avisa e aponta movimento de peixe de bom tamanho na superfície do lago. Fomos em sua direção, me concentro no arremesso e Serginho, meu mardo e parceiro, sem esperar chegar no ponto, arremessa antes e fisga um peixe e em seguida faço o arremesso aonde o guia havia indicado, começo a recolher a isca de meia água (aile magnet sistem de 12,5 cm na cor branca e verde limão) e sinto um tranco que toma linha, fisgo por duas vezes. Após alguns minutos o troféu é embarcado e no momento que é pego no alicate e erguido para o embarque pelo guia, que olha para a balança, e diz: dez quilos! Foi muita alegria no barco, todos comemoram! Logo no primeiro dia, pra valer de pesca, com o contra de inicio de enchente e mudança de comportamento do peixe, vem um açu que é sonho de muitos pescadores, e claro, inclusive o meu…
PIRANHA CHIDAUA : Chidaua é nome de uma espécie de piranha sendo o mesmo nome dado ao lago em que peguei o troféu da pescaria. Sua captura aconteceu no dia em que pescamos subindo a foz do Aracá passando pelo Lago do Macaquinho.
OUTROS PEIXES entraram em nossas iscas mostrando as diversidades de peixes esportivos do rio Negro
TRANSPOSIÇÃO DE PARANÃS ATÉ OS LAGOS
É com espirito de aventura que adentramos nos lagos de afluentes como Demini, Araçá e Cuiuni. Alguns tem seu acesso interrompido pela quantidade de troncos e galhos caídos pelo caminho, exigindo um trabalho extra dos guias. De terçado (nome regional para o facão) na mão e operação matemática na cabeça ( algumas vezes não houve necessidade de cortar os galhos e sim estratégica de como posicionar o barco e passar entre eles), o experiente guia Orlando Fonseca segue passagem pelos estreitos paranãs até chegar aos lagos. Algumas poucas vezes é necessário descer da embarcação e arrastá-la por sobre as pauleiras e também prestar atenção nos perigos como a presença do marimbondo caba
MARIMBONDO CABA: um dos perigos na travessia
CENÁRIOS SINISTROS NOS PARANÃS
As árvores altíssimas, com pés nágua(áreas de igapó – mata que fica submersa metade do ano ou enquanto durar a cheia), emaranhadas por cipós e envoltas na neblina da manhã (chamada de neve pelos ribeirinhos), criam um ambiente um tanto sinistro, mas o cenário logo se transforma ao adentrarmos os lagos.
IGAPÓS: mata que fica submersa metade do ano ou enquanto durar a cheia
ALGUNS LAGOS (chidaua, trancado, travessa, troiado)
ASSADO DE PEIXE NA BEIRA
Quando o tempo ajudava fazíamos paradas de descanso e um assado na beira do rio
CHUVA: Ela chegava anunciada em forma de uma “zuada” (barulho feito pela chuva ) forte pela mata a sua aproximação, era correr por a capa de chuva e esperar ela diminuir de intensidade e voltar a pescar
ACIDENTE NA PESCA todo cuidado é pouco
JABUTICABA AMAZÔNICA (Myrciaria dúbia) – outro destaque na pescaria
Um olhar atento sobre as margens dos rios amazônicos poderá revelar um pé de camu-camu (também conhecido por caçari e araçá-dágua), pequena árvore da família da mirtáceas, de alto valor nutritivo, cujo fruto é riquíssimo em vitamina C (com 260o mg por 100g de fruto) superior ao encontrado na maioria das plantas cultivadas, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Na natureza, a frutificação geralmente ocorre de novembro a março e a árvore é capaz de ficar submersa por mais de quatro meses, e a dispersão de suas sementes é feita principalmente pelos peixes. O fruto do camu-camu, também chamado de jabuticaba da Amazônia, pode ser usado como isca para peixes onívoros e ainda rende um nutritivo e refrescante suco quando maduro.
IMAGENS DE PAISAGENS
LUAU – as emoções não param
Um luau realizado em uma praia de areias branquíssimas, com direito a velas espalhadas pelo chão, palmeiras fincadas na areia, churrasco e drinques à vontade nos proporciona outro momento inesquecível, simbolizando nossa despedida da Amazônia ao Rio Negro.
BALANÇO DE PESCA desta semana, mesmo com a chuva que nos acompanhou do início ao fim, pode-se dizer que fomos bem-sucedidos, finalizando com muitos quilos extras na balança e comemorados por todo o grupo de pescadores. Tucunarés popoca e borboleta, além de coadjuvantes como traíras, bicudas, saicangas, e jacundás e, é claro, os cobiçados açus, tornaram nossa viagem completa.
Esta pescaria reuniu, além do encontro com os desejados açus, teve a natureza, os amigos em momentos de descontração nos traslados, nos encontros após pescarias, passeios em Manaus e jantar em Barcelos
Aos companheiros e amigos do grupo: Ian de Sulocki, Lusca Pacheco, Zacarias Barbosa, Alexandre Mega, Otávio Chaves, Edmilson, João Paulo, Domingos Bomediano, Bruno, Adriano, Mazzeo, Juliano, meu marido Serginho e nosso grande guia, Sr. Orlando, dedico a captura desse que é o tucunaré da minha vida pelo menos por enquanto!
RETORNO A MANAUS: num voo fretado
GUIA DE PESCA: Sr. Orlando dos Santos Fonseca
Aproveito para homenagear e agradecer a atenção, dedicação e paciencia do guia em ir atrás dos peixes em locais de dificil acesso, passar orientações de pesca, indicar movimento de peixes. Com certeza foi responsável por grande parte do sucesso de nossa pescaria. Valeu Orlando, obrigada e até a próxima!!! Sr. Orlando também contabilizava todos os peixes pegos em quantidades e os açus acima 3 kg
SAIBA MAIS
Barcelos: Situa-se à margem direita do rio Negro. O município fundado em 1931 foi a primeira capital do Amazonas, em 1758. Com área territorial de 122 476 km², é o maior município do Estado do Amazonas e o segundo maior do Brasil, atrás de Altamira (PA), com uma população de menos de 30 mil habitantes. Faz limites com a Venezuela e Roraima. Uma cidade cercada por águas e um de seus grandes atrativos turísticos é a pesca esportiva do tucunaré-açu
Rio Negro: Nasce no leste do Colômbia, fazendo fronteira com a Venezuela e a ligação com a bacia do Orinoco. Entra no Brasil com o nome de Negro, segue na direção sudeste e, em Manaus, se integra ao Rio Solimões formando o Amazonas. A cor escura que originou seu nome é decorrente do tingimento de suas águas por ácidos orgânicos (húmicos) resultantes da decomposição de folhas das árvores com elevado grau de acidez, com pH 3,8 a 4,9, inadequado à proliferação de mosquitos. É temperado com águas claras e brancas de alguns de seus afluentes, mas a cor preta predomina até seu encontro com o Solimões.
AGRADECIMENTOS:
www.kaluapesca.com.br
Reservas: e-mail: otavio@kaluapesca.com.br
fones: (21) 9632-6252 (Rio de Janeiro) / (92)8199-0641 (Manaus).
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MATÉRIA PUBLICADA NA REVISTA PESCA ESPORTIVA
“Peixes em Altas, Águas também” > edição 187 – maio 2013
http://isabelpellizzer.com.br/aguas-em-altas-peixes-tambem/
VER MAIS: “Barcelos/AM – rio Negro“
http://isabelpellizzer.com.br/barcelosam_rio-negro/
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Cara,
Bel, excelente matéria acabei vendo esses dias. o Tio Mingo esta ficando gadernal mesmo nem me falou da sua matéria
ficou muito legal gostaria de estar la agora pescando de novo.Vendo as fotos da saudades. E o Grande Serginho esta
legal ? Espero que vcs estejam bem!
UM FORTE ABRAÇO
AO CASAL 21 KKKK
MAZZEO
Oi Mazzeo, obrigada pelo comentário! O Bomediano e o problema cacotimia dele, kkkk….
Aqui, estamos tudo bem, graças a Deus e espero q com vc também esteja tudo certo!
Este ano voltamos pra amazônia novamente e no Kalua – pescar na amazônia se torna um vicio, bom demais!!!!
Vamos fazer também uma pescaria de casais para fevereiro de 2014 no Kalua, o Bruno vai com a esposa 🙂
Veja este link é da matéria de nossa pescaria que fiz para a revista, segue:
http://isabelpellizzer.com.br/aguas-em-altas-peixes-tambem/
Pode deixar que aviso o Serginho e um grande abraço nosso pra vc também
Bell
Oi Bel tudo bem adorei as fotos suas e do Serginho, estou para voltar no KALUA em Janeiro, eu e o tio Mingo espero ver e pescar com vocês novamente um grande abraço para você e o Serginho.
Oi Juliano, aqui tudo bem, obrigada! Iremos também pescar com o kalua, mas em fevereiro, numa pescaria de casais.
Não vamos nesta em janeiro, uma pena…mas não vão faltar oportunidades, se Deus quiser!
Darei o abraço no Serginho. Um abraço e que vcs façam um a ótima pescaria! 🙂
agora que eu vi as fotos kkkkkk
não entendi do que achou graça, rs! 🙂 conta aí, uai!