Pesca no Rio Negro em Barcelos/AM - 2016 - Isabel Pellizzer

Pesca realizada no rio Negro na região de Barcelos (AM) na semana do Carnaval (7 a 14 de fevereiro e 2016) juntamente com amigos em casais no Barco-Hotel Kalua

O rio Negro está com suas águas bem baixas. A prolongada seca região Norte da Amazônia, devido a falta de chuvas, abaixa drasticamente o nível do rio Negro, muda a sua paisagem, dificulta o abastecimentos de alimentos, medicamentos, combustíveis e água potável nas cidades. O turismo e a pesca também são prejudicados, sofrem com as queimadas e a dificuldade de encontrar o peixe. Não há por aonde ir e procurar o peixe, o troféu amazônico, tão sonhado e desejado, o tucunaré-açu. O raseiro no rio é geral, bancos de areia impedem a navegação e acesso aos pontos de pesca fica restrito, sem muitas opções. O jeito é se divertir com o que temos no momento e garantir uns peixinhos na ponta da linha

Em Manaus, após café da manhã fizemos o transfer de Van para o aeroporto Eduardinho com destino à Barcelos de toda a turma

Turmas de pesca do Kalua e Demeni no avião da MAP (linha aérea sediada em Manaus)

Vista aérea: Rio Negro e Floresta Amazônica

Aeroporto em Barcelos: turma toda reunida e ansiosa pela pescaria

Da esquerda para a direita: Luis e Angela Rother, Serginho Pellizzer, José Tarciso Felipe, Darley Tribess, Cintia Volp e Fernando V. Grande, Edna Yuki e Marco A. Garcia, Ilário Arnold, Silvana e Marcos Marson, Paula Jabur e Wladimir Ribeiro, Jean D. Arnold, Fabio da Fonseca, Eneida Barbosa, Ian Sulocki e seus filhos Amanda e Arthur

Porto: Terminal Fluvial Turístico de Barcelos as margens do rio Negro, ao fundo os barco-hotel Kalua atracado nos aguarda para o embarque

foto by Paula Jabur

Deck do Barco-Hotel Kalua

alegria geral: todos animados e ansiosos pela pescaria e as novas amizades

Nos acompanhando, atrás do Kalua: os barcos de pesca e o barco de apoio, o Tempestade

PESCARIA: Devido as circunstancias de baixo nível do rio Negro, nossa pescaria foi descendo o rio a partir de Barcelos no ponto conhecido com RAMADA, entre as ilhas do Arquipélago de Mariuá *

*Arquipelago Mariuá: É o maior arquipélago fluvial do mundo, descoberto em 1992 por um satélite da NASA. Localizado em Barcelos no estado do Amazonas no Rio Negro, possui 700 ilhas e tem mais de 140 km de extensão e 20 km de largura. Com fauna e flora riquíssimas, faz parte do Parque Nacional do Jaú, da Floresta Amazônica brasileira, do Parque Estadual da Serra do Araçá e da APA. A vida marinha da região tem cerca de 700 espécies de peixes comestíveis e ornamentais, mas a maior população é a de botos cor-de-rosa.

Nosso guia de pesca é o Seo Orlando, que nos acompanha há 4 anos seguidos e, avisa, o peixe está difícil de ser encontrado, já preocupado com nossa frustração.

Realmente foi uma pesca difícil, encontramos alguns cardumes que fizemos a festa na contagem de capturas, principalmente em “rabos” de ponta de praias e ilhas onde á água estava mais rápida e concentrada, sempre procurando por pontos mais fundos

Seguem, um breve relato e algumas fotos de nossa aventura de pesca

–

1º Tarde de Pesca: começou bem e animou para os dias seguintes…

–

Sala de TV à noite onde a turma se reúne para contar historias do dia de pesca e apreciar também para os petiscos caprichados de Passarinho e os drinks e batidinhas sofisticados de Rai

sashimi de tucunaré fresquinho que reservamos na pescaria

2º dia de pesca: inicia com amanhecer vermelho do sol que tinge toda a paisagem

–

Praias de bancos de areia branquinha no meio do rio Negro formam o que apelidamos de “costelas” que, na maioria das vezes, dificultam a navegação, sendo necessário descer e empurrar o barco. Muitas aves são avistadas nas praias, também encontramos vários jacares-açus nadando por toda parte nesta época de seca

–

Cauxis*– encontramos esta praia inteira cobertas por esponjas de cauxi

*Cauxis: As esponjas de água doce, pertencendo todas à classe Demospongiae, têm como característica básica a produção de um esqueleto de espículas de Óxido de Sílica, em forma de Opala, isto é, não cristalina. Essas espículas, devido à sua constituição mineral, após a morte e putrefação das esponjas, são liberadas da matriz de colágeno, que as mantém unidas em feixes estruturais e, assim permanecem nos sedimentos, disponíveis para entrarem em suspensão no meio líquido, com qualquer movimento das águas. ” (VOLKMER-RIBEIRO, Cecilia e BATISTA, Twiggy C. A., 2007).

Os Cauxis são as espículas destas esponjas. Foi muito utilizado por tribos antigas da Amazônia como antiplástico em suas cerâmicas. Pode causar danos aos olhos, coceira na pele, desarranjos estomacais se ingerido, entre outros.

Segue o link de um trabalho que pode ajudá-lo a entender um pouco mais. O título é “Levantamento de cauxi (Porifera, Demospongiae), provável agente etiológico de doença ocular em humanos, Araguatins, rio Araguaia, Estado do Tocantins, Brasil”:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81752007000100016

–

Pausa na pescaria: Assado de um peixinho no capricho feito pelo guia Orlando e banho no rio para refrescar

E, claro, não faltaram os tucunarés-açus

Veio até duble de duble. Seo Orlando em 7 anos guiando nunca tinha presenciado tal situação, inusitada pra ele

Nos raseiros de algumas lagoas, algumas das muitas traíras capturadas

3º dia de pesca – Neste dia pesquei com a Paula e o Serginho com o Wladimir

Amanhecer dourado: espetáculo que a natureza nos presenteia a cada novo dia

Silvana e Marcos Marson

Serginho e Wladimir e Carlinhos

Eu e Paula e Orlando

Hora do rancho com alguns dos casais reunidos, dia de muitos mosquitos, também algo inusitado

Bom mesmo é o banho no rio nas águas mornas do raseiro do Negro com direito a cerveja geladinha trazida pelo guia Orlando….

Fotos by Wladimir Ribeiro

Cintia, Paula, Eu e Silvana

–

Na parte da tarde Eu e Paulinha demos mais um tempo na pescaria para conhecer um casal de Barcelos que passa todo verão acampados…Está tudo muito limpo e arrumado, a impressão é que estavam esperando nossa visita, fiquei encantada!

Entrada do acampamento com placas: mantenha a paragem limpa e preserve a natureza

Casal de Barcelos passa o verão acampado, foto com eles em frente ao quarto onde armam as redes para dormir e também onde guardam seus pertences

fogão

cozinha

mesa cafe da manhã

banco pra descansar e apreciar o lugar

–

Final do dia: o resultado de nosso dia de pesca: muitos tucunas pequenos e alguns em dubles, muitas bicudas, piranha chidaua e sardinhas

Paulinha com duble de tucunas

bicudinha

piranha chidaua

sardinha

sardinha

Em um lago sou presenteada com dois bons peixes, um açu e um borboleta, com isca de superfície

4º dia de pesca: Neste dia pescamos Eu e Eneida e Serginho com Fabinho

Eu, Eneida e Orlando

Aldo, Fabio e Serginho

–

Este foi o dia de pesca que houve maior número de capturas, com direito a dubles até de piranhas-pretas em águas, rápidas, sardinhas, carás e traíras, mais os tucunas padrão paca, tucuna borboleta ou tauá como é conhecido na região, o açu, em um lago com alguns pontos mais profundos

–

Eneida registra alguns de meus tucunas… Mas é ela que arrasa nas capturas de peixes de bom porte de até 8 libras

Eneida e o tucunaré-açú de 8 libras

5º dia de pesca: dia do Luau

Tivemos a parte da manhã prejudicada, rebocamos um barco por duas horas que estava com problemas motor

O lugar do assado é top, mas a parada é rápida para compensar a manhã perdida

Silvana no relax na rede

Marson, Garcia, Edna e Orlando

Silvana, Marson, Edvan, Serginho, Orlando

–

Wladimir e Paula não param no assado e seguem pescando…

–

Na parte da tarde, eu e o Serginho, somos recompensados com bons peixes

–

No detalhe a isca que arrasa nas capturas – a curisco 90 do Nelsinho Nakamura e o Glico Snap também fez a diferença

–

E chega a hora do tão esperado Luau, que encanta a todos pela sua produção no meio da selva

Kalua e o Tempestade ancorados em uma das praias do Negro – local perfeito para o Luau

Rai no drinks e batidas

Cintia, Silvana e Angela

Fabio, Wladimir, Sergio, Ilário, Jean, Fernando, Marson, José, Marco Garcia e Luis

Serginho é sorteado com uma garrafa de cachaça de fabricação dos Catarinos (Ilário)

cachaça Fogo de Cana

churrasco servido

turma toda

Wladi e Paula esquentando a noite

Serginho, Ian Sulocki e seu filho Arthur e Eu

–

6º dia de pesca: neste dia o barco-hotel subiu o rio acima de Barcelos. O guia Orlando opta por pescar no Aracá, infelizmente não conseguimos, muito raso, íamos demorar tanto que ficaríamos o tempo todo se translocando pra chegar e depois pra retornar, o melhor seria acampar, mesmo assim seria muito ariscado, pois não sabíamos de suas condições de pesca. Retornamos e pescamos no mesmo local do dia anterior. Saiu muitos miúdos e alguns de bom porte para as fotos e mais carázinho na artificial

–

7ª manhã de pesca: Seguimos para o rio Cuiuni onde, no dia anterior, Wladimir, Paula e o guia Carlinhos tinham feito boa pescaria. Com pouco de sorte acertamos uns peixes em uma entrada de lago em um paranã do Cuiuni

Fotos da Comunidade do Cuiuni as margens do rio, ribeirinho solitário garantindo seu peixe e geleira de peixes

No Paranã encontramos com Fabio e Eneida e um jacaré-tinga tomando banho de sol

–

Serginho é quem garante os maiores que vão para as fotos

Finalizamos nossa aventura de pesca e seguimos ao encontro com o Kalua ancorado em Barcelos as margens da Ilha do Governador

Quem se dá bem é Paulinha. Nesta ultima manhã sai pescar com Cintia, pega o maior tucunre-açu de sua vida, de 18 libras e o maior da semana. Parabéns, Paulinha, salvou a turma e a semana!!!

Paula, Cintia e Julio

–

Paulinha emocionada com seu troféu revela: “Apresento MEU TROFÉU: um monstro de Tucunaré pesando 18 lb pego na minha isca preferida a Biruta da Deconto!!!!!Quero agradecer primeiramente à Deus por tudo , tbém ao piloteiro Julio, a minha parceira de pesca Cintia (que me aguentou gritar MUITOOOO kkk), ao meu amor Wlad que me ensinou a arte de pescar e assim consegui tirar esse peixão do rio, e todos que partilharam dessa alegria comigo, meus companheiros de pesca e o barco Kalua com toda sua equipe!”

–

Considerações sobre a pescaria: Apesar de ter sido uma semana de pesca difícil, no fim das contas, o que valeu mesmo foram as amizades feitas, o contato com a natureza, a aventura e a diversão!!!

Total de 1071 tucunarés capturados com 17 acima de 4k ( de 8 a 12 lb) e 1 de 18 lb pelo grupo durante esta semana de pesca. Foram capturados também muitas traíras, bicudas, carás, sardinhas, piranhas, pirarara e piraíba.

Seguem algumas fotos e depoimentos da turma:

Wladimir e Paulinha: Rio com nível de água muito baixo, pescaria difícil, peixes entre 4 a 8 libras

Fernando e Wladimir

Cintia Volp e Fernando Vinicius Grande: casal de Curitiba com guia de pesca Julio

Eneida Barbosa e Fabio Fonseca com guia e comandante Aldo

Fabio: Nessa viagem pude conhecer uma amazônia que nunca havia imaginado conhecer! Devido a seca extrema que está dificultando muito a pesca na região, os bichos estão expostos, perderam a referência das águas que desceram demais! Pude ver bichos bem de perto, me senti num grande zoológico natural, pude ver grandes famílias de ariranhas, pegadas de onça, aves de todos os tipos e jacarés enormes!

Eneida: Um pouco da Pescaria durante o Carnaval, em Barcelos-am. Rios muito secos, queimadas, pescaria difícil. Não foi dessa vez que tirei o meu grandão, mas me diverti muito pegando cardumes dos pequenos. O maior foi de 9l. Bom mesmo foram as conversas pós pescaria com a turma.
Agradecer ao meu parceiro agoniado Fábio da Fonseca pela ótima companhia e as amizades do Barco Hotel Kalua. Angela Maria Pereira Rother e Luis, Isabel pellizzer, Sergio Pellizzer, Paula Jabur, Wladimir Ribeiro, Silvana e esposo, Garcia e esposa, Fernando e esposa, os Catarinos….kkkk Valeu pessoal!!

Silvana e Marcos Marson

Grande pescaria..grandes amizades…e muita diversão. ..e lindos peixes. A seca não deixou que todos pegassem grandes tucunares….eu fiquei felizzzz pelos peixes de 4 e 5 kg que peguei …primeira pescaria de casais no Barco Kalua no Rio Negro foi maravilhosa…Que venha outras se Deus quiser né Bel!!!

Angela e Luiz Rother

Um peixão de 10 libras que o Luiz pescou entre vários outros .
Agradecemos a equipe do Kalua barco hotel, ao Ian Arthur e sua esposa Eneida pelo atendimento. E privilégios, né Isabel Pellizzer.

Marco Garcia e Edna Yuki

Os Catarinos de Braço do Trombudo

Jean D. Arnold

–

Ilário Arnold

–

Darley Tribess

José Tarciso Felipe

Ian Arthur Sulocki: Nosso anfitrião e pescador esportivo, dono e operador de pesca do barco-hotel kalua, na semana após a nossa, dribla a seca com águas super baixas, consegue salvar no final de temporada alguns bons peixes!